terça-feira, 15 de novembro de 2011

OFICÍNA LAMBE-LAMBE

Sábado à tardinha. Minha companheira Maria Rosa me pediu para acompanhá-la numa oficina de arte no Centro Dragão do Mar: “Cartazes de Lambe-Lambes e Intervenções Urbanas”, ministrada pelo pessoal do "Selo Coletivo". Para mim o termo "lambe-lambe" estava relacionado a fotografia, fiquei curioso, o que seria o outro "lambe-lambe"? Então ela disse: "Já que você vai me deixar lá, porque não ficar, leve a câmera, se tiver afim, fotografe", disse ela. Pois bem: fui, fiquei e fotografei. O resultado ficou interessante, apesar da dificuldade de fotografar a noite com luz artificial e sem flash (não gosto de usar flash). O ambiente estava descontraído e eu ali, na espreita, fui me soltando e clicando instantes, que revelaram a evolução dos trabalhos que estavam sendo elaborados pelo grupo que participava da oficina. Eu conhecia o termo "lambe-lambe" como um tipo de fotógrafo, atualmente em extinção, mas que atualmente tem certa resistência no interior do nordeste brasileiro, documentando festas, casamentos, retratando pessoas e paisagens. A explicação para o termo lambe-lambe na fotografia, segundo o historiador Broris Kossoy, em seu livro: O Fotógrafo Ambulante - A História da fotografia nas praças de São Paulo, é que: Para uns, lambia-se a placa de vidro para saber qual era o lado da emulsão; outros diziam que se lambia a chapa para fixá-la. Mas, a versão mais aceita por pesquisadores é a de que a origem do termo está ligada ao processo de ferrotipia, depois de feita a revelação, o fotógrafo lambia a chapa de ferro, coberta por uma camada de asfalto, fazendo com que a imagem se destacasse do fundo preto pela ação do cloreto de sódio presente na saliva. Já o outro tipo de lambe-lambe, aprendi que é um poster de papel colado com cola, muito usado em publicidade (Lojas, Shows, Cartomantes) e espalhado nos muros e postes das cidades. No caso da oficina o intúito era retrabalhar o "lambe-lambe" no sentido da arte, como forma de intervenção urbana.
















domingo, 6 de março de 2011

NAQUELE DOMINGO...

ENSAIO FOTOGRÁFICO SOBRE A BELEZA DO GRAFFITI NO ESPAÇO URBANO.

Era um domingo de sol depois de muitos dias de chuva, decidi pegar minha câmara fotográfica, pois Maria Rosa tinha me dado o toque que através do facebook ela foi convidada a aparecer num evento coletivo de arte urbana na Praia de Iracema. Fomos eu, ela e uma amiga, a Eugênia. Elas estavam a fim de participar, seria uma inserção da Companhia Pã de Teatro, da qual fazem parte. O local escolhido era uma enorme parede de uns trinta metros de largura por uns dez de altura. O Bosco, que era o cara que estava organizando o evento, ele estava radiante diante a receptividade, pois os principais grupos de arte urbana da cidade estavam todos lá. A idéia era utilizar a parede para fazer enormes grafites, ou seja, boa arte urbana. Acho difícil fotografar esse tipo de evento, você tem que estar presente e atento o tempo inteiro, pois tudo acontece ao mesmo tempo em todo lugar. O evento virou uma festa de tintas e encontros entre grupos. Fotografei das 10:30 às 20:00, havia muita movimento no ato de grafitar,pintar, colar, pessoas subindo e descendo andaimes, escadas, movimentos de mãos que transformavam rapidamente uma imagem em outra, o espaço pouco a pouco foi ganhando ares de ateliê-rua. As imagens ficaram belíssimas. Muita cor, muito movimento, muita interação. Estamos na era da fotografia digital e todos têm acesso a câmaras, o mundo está saturado de imagens, assim como as minhas, muitas outras imagens foram capturadas e já estão rolando no facebook, mas apresento aqui a minha perspectiva imagética, meu recorte daquele domingo...